segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Bolo formigueiro

Doces traquinices
Imagem retirada deste blogue
No meu tempo de criança, solta pelo campo, livre para fazer toda a espécie de disparates,  entretinha-me a observar as formigas que entravam e saiam dos formigueiros, sem sequer imaginar o que de tão maravilhoso acontecia no seu interior.
Ficava fascinada com aquela azáfama, curiosa por saber tudo sobre a vida daquelas simpáticas formiguinhas,  bem diferentes das que nos entravam pela cozinha e tanto nos incomodavam.
Um dia, cheia de vontade de ajudar as minhas amigas formigas, tão trabalhadoras, resolvi levar-lhes um pouco de açúcar, pois, se as outras gostavam de doces, elas também haveriam de gostar.
Lá vou eu,  sem ninguém saber, despejar o açucareiro no formigueiro, feliz por estar a ser tão boazinha.
Esta história teve, para mim, que só sabia sobre formigas aquilo que observava e lia nos contos infantis,  um final inesperado, até dramático: as formigas pequeninas, as aborrecidas, que tanto nos incomodavam, vieram, em massa, não se sabe de onde, e   invadiram o formigueiro atacando as  minhas queridas amigas!

Para todas as formiguinhas espalhadas pelo mundo, e também para as muitas cigarras  que nos alegram os dias, vai  este bolinho!




Ingredientes

Bolo

2 cenouras grandes cruas (descascadas e cortadas)
3 ovos
¾ xícara de óleo
1 ½ xícara de açúcar
2 xícaras de farinha de trigo
½ xícara de coco ralado

1 pitada de sal
raspa da casca de uma laranja
70 gr de raspas de chocolate de culinária

Cobertura

1 dl de natas
1 colher de sopa de manteiga
100  gr de chocolate de culinária
1 cenoura
açúcar para fazer o caramelo
sumo de limão

Preparação

Bolo
Bata no liquidificador as cenouras, os ovos e o óleo.
Coloque a mistura numa tigela, acrescente o açúcar, o sal, a farinha e o coco, bata muito bem.
Junte o chocolate partido em pedacinhos pequeninos envolvendo delicadamente na massa.
Coloque a massa numa forma untada com manteiga e polvilhada com farinha.
Leve a cozer em forno pré-aquecido a uma temperatura de 200º C.
Vá verificando  a cozedura e, se necessário,  cubra com papel de alumínio para não queimar por cima.
Retire do forno e deixe esfriar antes de desenformar porque a massa é muito delicada e pode quebrar.
Cobertura
Num tachinho aqueça, em  lume brando, as natas.  Junte  o chocolate partido em pedacinhos e a manteiga. Mexa até obter uma pomada.
Decoração
Corte uma cenoura em tiras finas e coza-as ligeiramente de modo a poder enrolá-las sem as quebrar. Prenda-as com um palito para conservarem a forma.
Faça um caramelo de preferência num púcaro, quando começar a ganhar cor, junte umas gotas de limão para tornar o caramelo mais suave.
Mergulhe as cenouras no caramelo, retire-as e, sem se queimar, veja se consegue algum tipo de efeitos.
Eu tentei imitar uma decoração feita com bolinhas de maçã que vi no Masterchef Austrália, mas, como podem ver, sem grande resultado….
O outro efeito foi feito com um pedaço de caramelo que deitei sobre a pedra, descolei  e trabalhei como se fosse plasticina.
Nota:Peço desculpa às minhas amigas que tão bem sabem trabalhar estes materiais a minha falta de conhecimentos e habilidade.
Esta receita teve como base a receita do Bolo de cenoura e chocolate do PTITCHEF


SUCESSO E BOM APETITE!



quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Geleia de marmelo

A pedido da família…
Ao descascar os marmelos para fazer a marmelada, aproveite as cascas e os caroços que estejam bons e faça com eles  uma deliciosa geleia de marmelo.
Ingredientes
Para cada quilo de cascas e caroços , meça 1,5 l de água
 1 quilo de açúcar  por cada litro de  líquido obtido após a cozedura
Pode juntar  1 ou 2 paus de canela
Preparação
Coza as cascas e os caroços muito lentamente na quantidade de água indicada
Coe o líquido pelo passador de rede fina ou por um pano para reter algumas impurezas.
Meça o líquido e junte o açúcar na proporção indicada
Mexa e leve a ferver em  lume moderado até obter uma consistência de geleia

Pode aromatizar com 1 ou 2 paus de canela

Para verificar  se a geleia está no ponto deite um pouco numa tacinha, leve ao frio e veja se ao passar com o dedo deixa estrada
Guarde a geleia em frascos ou potes devidamente esterelizados
Nota: Eu costumo usar  as cascas para dar mais sabor à geleia, mas há quem use apenas os caroços

Consultei a teleculinária  Nº. 94 - 20/9/1978 e a publicação boamesa Nº. 40 - outubro 2006 para vos dar medidas mais precisas


Se gostar pode deixar ferver mais e a geleia ficará mais escura e mais consistente

SUCESSO e BOM APETITE!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Breves notas explicativas, desculpas e agradecimentos

A todos os meus seguidores e visitantes :
Há muito que queria contar-vos um pouco da aventura que tem sido partilhar convosco as minhas experiências culinárias, e não só.
Entrei neste mundo dos blogues pela mão da minha querida sobrinha Ana que me motivou e ensinou a dar os primeiros passos.
Foi através da net, muitas vezes via Skype, que o blogue nasceu. Eu, sem conhecimentos informáticos nesta área, fui dizendo o que queria e aceitando as suas sugestões. Ela tratou da parte técnica, até chegarmos ao modelo atual.
Sempre gostei de cozinhar,  mas mostrar os meus cozinhados ao  mundo e fazê-lo ao lado de pessoas tão competentes era uma grande ousadia. Surgiram as dúvidas e as hesitações: o que dizer, o que apresentar?
Os almoços de domingo, aqui em casa, com toda a família, fornecem imensas  receitas para apresentar no blogue.
Os textos são, muitas vezes, alinhavados mentalmente, durante as minhas demoradas caminhadas matinais.
Fazer as fotos dos pratos de domingo é uma missão quase impossível, porque, sendo a  cozinha o local com melhor luz é também o espaço onde, àquela hora, tudo e todos parecem desaguar.
Passar para o blogue todo o material, resistindo às  birras do meu computador e superando  as minhas limitações informáticas, às vezes não é fácil.
Peço  que me  desculpem pela falta de qualidade de algumas fotos, pela imperfeição dos textos, pelas  possíveis omissões e incorreções nas receitas e  pelos  detalhes que me escapam.
Agradeço os vossos comentários tão gentis, mas  nem sempre retribuídos.

 Beijinhos a todos e muito obrigada!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Marmelada à moderna

Doces memórias
Quando a minha cidade era ainda uma aldeia, e eu vivia na tal casa no campo, a marmelada era feita com os marmelos colhidos no nosso pequeno pomar. Era uma tarefa demorada, e até um pouco penosa,  que obrigava a minha mãe a proteger os braços dos salpicos, entrapando-os com panos da loiça, enquanto mexia o doce.
Quando a marmelada atingia o ponto desejado era deitada em tigelas e exposta ao sol para secar. Guardada na despensa, coberta com papel vegetal, estava pronta a fazer as nossas delicias.
Para os lanches, em casa ou na escola, um papo seco com manteiga e marmelada sabia-me melhor que as sandes de queijo ou fiambre.
Quando estava com gripe,  umas bolachinhas Maria com marmelada era a única coisa que conseguia comer.
O meu pai, que terminava  sempre as refeições com queijo,  apreciava muito combiná-lo com banana e com uma fatia de marmelada. Herdei dele esse gosto.
Desde esses tempos muitos anos passaram…
Ainda hoje, a  minha mãe  faz questão de comprar os marmelos e é ela também que os descasca, mas sou eu que  faço o resto.
Desde que descobri esta receita numa  Teleculinária de Setembro de 1980 que lhe sou  fiel.
Ingredientes
Para cada  quilo de marmelo cru e devidamente descaroçado, pese 1 quilo de açúcar e meça 1 decilitro de água
Pode juntar 1 ou 2 paus de canela
Preparação

Descasque os marmelos, corte-os aos quartos, como quem corta maçãs, tire-lhes o interior e pese-os.

A seguir lave-os bem e deite-os numa panela com o açúcar e a água.

Em começando a ferver conte 20 minutos.

Logo que o marmelo esteja cozido, tire-o do lume e desfaça tudo com a varinha elétrica. 

Pode passar pelo passe- vite mais fino se quiser que a marmelada fique mais fina.

Deite a marmelada em tigelas, deixe arrefecer e está pronta para comer.  

Nota: Guarde as cascas, os caroços e   as sementes, se estiverem sãs, para poder fazer a geleia.

SUCESSO E BOM APETITE!


domingo, 9 de outubro de 2011

Pudim de peixe dos Açores

Isto anda tudo trocado

Com este calor,  ainda vou a tempo de vos apresentar uma receita mais indicada para os dias quentes de verão.  

Ingredientes
600 g de garoupa       usei pescada  
70 g de miolo de pão
1 cebola grande
2 tomates maduros médios
90 g de banha ou manteiga      usei  1 dl de azeite
3  ovos
24 azeitonas, descaroçadas
Algumas tirinhas de pimentos “morrones”     não usei
1 boião de maionese, pequeno

Preparação
Limpe bem o peixe, retire-lhe a pele e as espinhas e corte-o em pedaços pequenos.
Em seguida coloque o peixe numa frigideira ou num tacho com a gordura, a cebola descascada e picada e os tomates sem peles e triturados.
Leve ao lume e deixe refogar até que o peixe esteja bem cozido e os restantes ingredientes refogados, mexendo o preparado de vez em quando,
Num recipiente bata os ovos e junte-os ao refogado de peixe  depois de retirado do lume.
Junte o miolo de pão, sal e metade das azeitonas picadas.
Unte uma forma com a banha ou a manteiga restante e nela deite o preparado.
Leve ao forno em banho maria  a temperatura média ou baixa durante cerca de meia hora.
Desenforme, cubra com maionese e enfeite com o resto das azeitonas, cortadas em falhinhas e com tiras de pimentos.
Sirva com uma salada ou com um acompanhamento a seu gosto.  
     
Nota:  Esta receita vem publicada no livro dedicado à  cozinha portuguesa  da coleção  O MUNDO DA COZINHA

SUCESSO E BOM APETITE!