Amor com amor se paga - O meu bolo especial
Participar no desafio lançado pela minha querida Ana é um prazer, mas escolher um bolo como sendo o meu bolo especial não é fácil.
Numa família onde as datas importantes são todas aquelas que a vida e o calendário marca, mais aquelas que nós inventamos como pretexto para fazer uma festa, a lista dos bolos especiais não tem fim.
Os bolos que fiz para os aniversários dos meus sobrinhos quando eles eram crianças foram, sem dúvida, todos especiais, assim como são agora, também muito especiais, aqueles que eles fazem para me mimar e surpreender.
Portanto, por razões óbvias, não posso eleger nenhum destes bolos como o meu bolo especial.
Mas sem bolo não há participação e, mesmo sendo da família, tenho que respeitar as regras.
E se pensasse nos bolos especiais da minha vida, mas fora do contexto familiar?
Veio logo à minha memória o bolo que a minha querida aluna Samanta me ofereceu quando fiz quarenta anos. Já não me lembro como é que ela descobriu quando era o meu aniversário, mas à medida que a data se aproximava passou a andar atrás de mim a perguntar quantos anos eu iria fazer, ao que eu lhe respondia, para a arreliar: Faço um ano a mais que o ano passado.
Ela ria-se e continuava a insistir. Salvou-a a minha sobrinha, na altura a estagiar na escola, e que também colaborou na preparação da surpresa.
A visita inesperada do inspetor, precisamente naquela manhã, veio atrapalhar os planos da Samanta. O senhor nunca mais se ia embora e ela e os colegas impacientes, e cada vez mais nervosos, a verem a manhã chegar ao fim.
E eu sem desconfiar de nada...
Para descanso da turma o inspetor acabou por se ir embora a tempo de fazermos a festa.
Infelizmenten, não tenho nenhuma foto do bolo nem da festa, mas guardo desse dia a alegria desta menina maravilhosa quando, finalmente, conseguiu realizar a surpresa e todos me cantaram os parabéns.
Infelizmenten, não tenho nenhuma foto do bolo nem da festa, mas guardo desse dia a alegria desta menina maravilhosa quando, finalmente, conseguiu realizar a surpresa e todos me cantaram os parabéns.
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Samanta a triturar o papel para fazer a pasta |
Samanta, de origem guineense, vinda de França, chegou à turma do 2º. ano sem saber ler nem escrever e, em pouco tempo, conseguiu acompanhar os outros meninos. Nunca, até então, eu tivera uma aluna assim tão responsável e aplicada. Ajudá-la a progredir foi muito gratificante.
Era impossível zangar-me com ela, porque ela respondia sempre com um sorriso rasgado.
Recordo, com muito carinho, esses anos em que ela nos conquistou a todos.
Era impossível zangar-me com ela, porque ela respondia sempre com um sorriso rasgado.
Recordo, com muito carinho, esses anos em que ela nos conquistou a todos.
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